quarta-feira, 20 de junho de 2012

ANTÍTESE

Leia os versos abaixo de Charly Garcia:

“O sonho de um céu e de um mar
E de uma vida perigosa
Trocando o amargo pelo mel
E as cinzas pelas rosas
Te faz bem tanto quanto mal
Faz odiar tanto quanto querer.”

Observe que o eu lírico emprega palavras que se opõem quanto ao seu sentido: “céu” se opõe a “mar”, “amargo” a “mel”, “bem” a “mal”, “odiar” a “querer”, com a finalidade de construir o sentido a partir do confronto entre idéias opostas. O mesmo acontece nesses versos de Vinícius de Morais:
“Tristeza não tem fim,
Felicidade, sim.”

Há quem confunda “antítese” com “paradoxo”. A diferença reside, entretanto, na maneira como esses opostos se relacionam. Na antítese, temos duas teses contrárias, antônimas:
“Estou acordado e todos dormem, todos dormem, todos dormem”.
(Monte Castelo, Renato Russo)

Enquanto o eu lírico está acordado, os outros serem dormem. Seria um exemplo de paradoxo se a mesma construção estivesse da seguinte maneira:
“Estou dormindo acordado”.
Neste caso, temos um exemplo de paradoxo, já que a oposição de idéias se dá num mesmo referente.
Portanto, antítese é a figura de linguagem que consiste em construir um sentido através do confronto de idéias opostas.



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