terça-feira, 10 de novembro de 2015

PRODUÇÃO TEXTUAL: 8o. ANO DO FUNDAMENTAL - 4o.BIMESTRE

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm/cm_21_10_70_8A_4.pdf


Aula 1: O que é teatro?
Aula 02 Interjeição 
Aula 3: Adjetivo

AULA 1: O QUE É TEATRO?

O texto teatral é um texto narrativo que dispensa o narrador, uma vez que no teatro a história não nos é contada, mas “mostrada” pelos atores representando as personagens. Em virtude da falta do narrador, o diálogo constitui-se o elemento determinante da ação dramática. O texto teatral encenado exige elementos como o cenário, luz, figurino, maquiagem, gestos, movimento, etc. No texto teatral escrito, esses elementos estão presentes nas rubricas, que aparecem em letras de tipos diferentes, em itálico, por exemplo.
Contudo, é necessário explicitar que o objetivo do texto é mostrar o conceito de teatro num modo geral e aproveitamos o momento para deixar registrado que existem peças teatrais onde o narrador é indispensável para a história e completando, cenários não são indispensáveis, mas elementos que completam o mundo teatral.
Um bom exemplo de uma peça teatral onde o narrador é indispensável e o cenário não é essencial ao contexto do espetáculo o monólogo: “Viver sem tempos Mortos" da consagrada atriz Fernanda Montenegro onde a peça tem a intenção de partilhar com a plateia o esforço que precede a criação de um espetáculo, até chegar ao público. Agora observe algumas características de uma produção teatral.
Como toda narrativa, deve responder a algumas questões importantes, como:
O QUÊ_o(s) fato(s) que determina(m) a história- ENREDO
QUEM? _ seres que participam da história- PERSONAGENS;
COMO? _ o modo como se tecem os fatos;
ONDE? _ o lugar ou lugares da ocorrência - ESPAÇO
QUANDO? _ o momento ou momentos em que se passam os fatos – TEMPO
POR QUÊ? _ a causa do acontecimento.
Essas questões são respondidas no decorrer da história que apresenta a seguinte estrutura:
Situação inicial: trata-se do início da história, em que aparecem o lugar e a época dos acontecimentos e a apresentação dos personagens.

Desenvolvimento: vem logo após a introdução. Nessa parte, aparece o problema da história (CONFLITO) e os acontecimentos se desenvolvem. O momento mais emocionante da história chama-se CLÍMAX.
Desfecho: é a parte final da narrativa em o problema é resolvido.

A história pode ser contada por um personagem ou não. Isso depende do foco narrativo:

Foco narrativo de terceira pessoa – o narrador não participa dos fatos relatados.
Foco narrativo de primeira pessoa – o narrador se torna também um personagem, assumindo a condição de narrador protagonista ou narrador coadjuvante.Agora, iremos apresentar um trecho de uma obra teatral do autor “Dias Gomes” chamado de o “Pagador de Promessas”.

Introdução

“O HOMEM, no sistema capitalista, é um ser que luta contra uma engrenagem social que promove a sua desintegração, ao mesmo tempo que aparenta e declara agir em defesa de sua liberdade individual. Para adaptar-se a essa engrenagem, o indivíduo concede levianamente, ou abdica por completo de si mesmo. O Pagador de Promessas é a estória de um homem que não quis conceder – e foi destruído. Seu tema central é, assim, o mito da liberdade capitalista. Baseado no princípio da liberdade de escolha, a sociedade burguesa não fornece ao indivíduo os meios necessários ao exercício da dessa liberdade, tornando-a, ilusória. (GOMES, DIAS. 1972).

Primeiro ATO: Primeiro quadro.

A primeira cena da peça teatral inicia-se às quatro horas e trinta minutos. Ainda não havia amanhecido na cidade de Salvador e o casal Zé do Burro e sua esposa Rosa, chegam a frente à igreja de Santa Bárbara. Saíram às cinco da manhã do interior baiano e caminharam sete léguas até que chegam à igreja um pouco antes desse horário. Zé do Burro era um homem muito simples, proprietário rural de um pequeno pedaço de terra no interior do nordeste, donde tirava o sustento de sua família e possuía um burro, o Nicolau por quem tinha muito apego e que acreditava que tinha “alma de gente”. Uma fatalidade mudou o rumo de sua vida: um dia o burro foi atingido por uma queda de uma árvore, em virtude de um raio, deixando-o gravemente ferido. Zé do Burro desesperado ante essa situação, fez uma promessa à Santa Bárbara: caso seu burro se recuperasse, ele dividiria suas terras entre os necessitados e carregaria uma cruz tão pesada como a de Jesus até a igreja da Santa. Como em sua cidade não havia a respectiva igreja, fez a promessa em um terreiro de candomblé, onde ela é conhecida pelo nome de Iansã. Seu burro se recupera e assim, ele e sua esposa, partem em via crucis para cumprir o prometido e oferecer ao padre responsável pela referida igreja, à sua cruz.
Zé — (Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa. (Rosa pára também, junto aos degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma.)
Rosa — E agora? Está fechada.
Zé — É cedo ainda. Vamos esperar que abra.
Rosa — Esperar? Aqui?
Zé — Não tem outro jeito.
Rosa — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com cada bolha d’água no pé que dá medo.
Zé — Eu também. (Contorce-se de dor. Despe uma das mangas do paletó.) Acho que os meus ombros estão em carne viva.
Rosa — Bem feito. Você não quis botar almofadinhas, como eu disse.
Zé — (Convicto) Não era direito. Quando eu fiz a promessa, não falei em almofadinha.
Rosa — Então: se você não falou, podia ter botado; a Santa não ia dizer nada.
Zé — Não era direito. Eu prometi trazer a cruz nas costas, como Jesus. E Jesus não usou almofadinhas.
Rosa — Não usou porque não deixaram.
Zé — Não, esse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra vez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: — Ah, você é o Zé do Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Pois vá fazer promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, todos os outros ficam sabendo.
Rosa — Será que você ainda pretende fazer outra promessa depois dessa? Já não chega?
Zé — Sei não... a gente nunca sabe se vai precisar. Por isso, é bom ter sempre as contas em dia. (Ele sobe um ou dois degraus. Examina a fachada da igreja à procura de uma inscrição.)
Rosa — Que é que você está procurando?
Zé — Qualquer coisa escrita, pra a gente saber se essa é mesmo a igreja de Santa Bárbara.
Rosa — E você já viu igreja com letreiro na porta, homem?
Zé — É que pode não ser essa...
Rosa — Claro que é essa. Não lembra o que o vigário disse? Uma igreja pequena, numa praça, perto duma ladeira...
Zé — (Corre os olhos em volta.) Se a gente pudesse perguntar a alguém...
Rosa — Essa hora está todo mundo dormindo. (Olha-o quase com raiva.) Todo o mundo... Menos eu, que tive a infelicidade de me casar com um pagador de promessas. (Levanta-se e procura convencê-lo.) Escute, Zé... já que a igreja está fechada, a gente podia ir procurar um lugar para dormir. Você já pensou que beleza agora uma cama? ...
Zé — E a cruz?
Rosa — Você deixava a cruz aí e amanha, de dia...
Zé — Podem roubar...
Rosa — Quem é que vai roubar uma cruz, homem de Deus? Pra que serve uma cruz?
Zé — Tem tanta maldade no mundo. Era correr um risco muito grande, depois de ter quase cumprido a promessa. E você já pensou: se me roubassem a cruz, eu ia ter que fazer outra e vir de novo com ela nas costas da roça até aqui. Sete léguas.
Rosa — Pra quê? Você explicava à santa que tinha sido roubado, ela não ia fazer questão.
Fim do primeiro ato.
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A partir da leitura do texto responda:
1. Quais são os nomes dos personagens do texto?
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2. Qual era a condição financeira da família de Zé?
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3. Por que Zé tinha tanto carinho pelo burro da família?
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4. Zé cumpriu a promessa feita?
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5. Os personagens conseguiram encontrar a igreja da promessa?
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6. O texto teatral escrito apresenta alguns tipos de letras diferentes, em geral em itálico, que são chamados rubricas.Observe:

Rosa — (Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com cada bolha d’água no pé que dá medo. Discuta com seus colegas e responda: qual é a função das rubricas nesse tipo de texto?
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O que você acha que Zé deveria fazer? Deixar a cruz e ir para um quarto para poder descansar? Ou cumprir a risca a promessa feita para a recuperação de seu animal de estimação?Continue a história e mostre o que Zé e sua esposa farão depois de chegar à igreja e não ter ninguém para recebê-los.

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Caro aluno, vimos na primeira aula o que é um texto teatral e vamos a partir disso nos aprofundar nas características de um texto teatral.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, quem fala está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
A interjeição também pode ser um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um contexto específico.

Exemplos:
1. Ah, como eu queria voltar a ser criança!
Ah: expressão de um estado emotivo = interjeição

2. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
Hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.Exemplos:

1. Psiu!
Contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua
Significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!”.

2. Psiu!
Contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital
Significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!”.

3. Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Puxa: interjeição
Tom da fala: euforia

4. Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
Puxa: interjeição
Tom da fala: decepção

Encontre dentro do texto da aula 01, “o pagador de promessas”, exemplos de interjeições, destacando o trecho onde aparece e mostrando qual sentimento é expresso por ela.
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Complete o quadro com as interjeições corretas:

A - admiração B - espanto C - aversão D - alívio
( ) Nossa! Como você é formidável!
( ) Ufa! Terminamos o trabalho em tempo hábil.
( ) Credo! Não gostei do que você falou.
( ) Nossa! Que homem estranho está percorrendo pelas ruas do bairro.

Caro aluno, vimos na primeira aula o que é um texto teatral e vamos a partir disso nos aprofundar nas características de um texto teatral.
Adjetivo é a palavra que modifica o substantivo, atribuindo-lhe um estado, qualidade ou característica. O adjetivo pode ser simples, composto, primitivo, derivado e pátrio. I - Simples Quando possui um único elemento: brisa verde silêncio oportuno II - Composto Se formado por dois ou mais elementos: guerra franco-prussiana produto anglo-brasileiro III - Primitivo Quando não deriva de outra palavra: dinheiro falso marido fiel situação real

Aula 3: Adjetivo

Derivado Caso derive de um substantivo, um verbo ou outro adjetivo: dinheiro falsificado marido infiel situação irreal V - Pátrio ou Gentílico Trata-se daqueles que se referem a países, continentes, cidades e regiões, exprimindo nacionalidade ou origem: Acre - acreano Afeganistão - afegão, afegane Amapá - amapaense Angola - angolano Índia - indiano, hindu Pequim - pequinês
A partir dos poemas a seguir, destaque os adjetivos que fazem parte do poema.

Retrato (Cecília Meirelles)
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

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1) Transcreva os adjetivos da primeira estrofe que caracterizam o substantivo rosto.
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2) Observe o segundo verso: “Assim calmo, assim triste, assim magro.” A repetição da palavra “assim” dá um ritmo lento a esse verso.Qual a relação do ritmo do verso com a mudança sugerida no rosto do eu lírico?
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3) Observe a segunda estrofe.
Nos dois primeiros versos, o eu lírico observa a mudança ocorrida em suas mãos, partes significativas e simbólicas do corpo e que simbolizam força e luta pela vida.
a. Como as mãos são caracterizadas no poema? Pode-se deduzir como elas eram no passado? Por quê?
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b. Nos dois últimos versos, o eu lírico descreve seu coração, metáfora para os seus sentimentos.
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4) Quais são os adjetivos usados para mostrar como eram seus sentimentos antes? E quais foram empregados para mostrar como eles estão agora?
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5) Na terceira estrofe, no primeiro verso, o eu lírico percebe e assume que mudou fisicamente e interiormente. Transcreva os adjetivos usados para marcar como o eu lírico vê essa mudança.
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Caros alunos, agora vocês terão a oportunidade de fazer sua própria peça teatral! A letra da música “Romaria” de Renato Teixeira servirá como tema para a peça teatral. A proposta para a realização do texto será da seguinte forma:
Reuna-se com seus colegas e juntos criem um texto teatral a partir da história do romeiro da canção de Renato Teixeira.
Criem outras personagens e deem nome a todas elas. Coloque seus nomes antes de suas falas.
Insiram nas rubricas de movimento e de interpretação informações detalhadas sobre as cenas.
Na peça destaque os adjetivos e interjeições que foram retirados na canção.

Romaria
Renato Teixeira
Composição: Renato Teixeira
É de sonho e de pó, o destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo
É de laço e de nó, de gibeira o jiló, dessa vida cumprida a só
Refrão
Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida
O meu pai foi peão, minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
Em busca de aventuras
Descasei, joguei, investi, desisti
Se há sorte eu não sei, nunca vi
Me disseram porém que eu viesse aqui
Pra pedir de romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar, só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar
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