quarta-feira, 23 de outubro de 2013

POEMA E POESIA PELOS ALUNOS

Solicitei aos meus alunos do CIEP 021 General Osório (Nova Iguaçu, R.J) do 1o.ano do ensino médio, após a  aula sobre poema e poesia, que criassem seus próprios poemas, sobre os mais diversos temas: saudade, amizade, amor, saudade, tristeza, etc. Pedi também que fizessem com apenas quatro versos (quadrinhas), e disse a eles que publicaria em meu blog. Demorei, mas finalmente cumpri a promessa... No comentário deste post, escreva qual você gostou mais ou... detestou mais ! (colocando o nome do aluno-autor).
 
"O amor é uma esperança
Que engana quando criança
Quando bate no peito
O amor é perfeito."
 
(Auriane de Araújo, turma 1001, manhã)
 
 
"Queria ser
Um envelope
Pra você
Me encher de selinho."
 
"Almas que
Se encontram
Jamais
Se sentirão sozinhas." 
 
(Cassiane Oliveira, turma 1001, manhã) 
 
"O amor é o fogo da paixão
Vivido por uma só emoção,
Eu, você e eles, todos juntos
Em uma só, grande união."
 
(Lorrane de Souza, turma 1001, manhã)
 
 
"De amor morreu Julieta,
De amor morreu Romeu,
E eu estou morrendo,
Por um amor que não é  meu."
 
(Ananda Evelyn, turma 1001, manhã)
 
"Se algum dia,
Amar for um crime,
Criminoso eu quero ser.
Porque por toda minha vida,
Eu só quero amar você."    
 
(David Willamis, turma 1001,  manhã)
 
"Amor verdadeiro é aquele,
Que o tempo não apaga,
O vento não leva,
E a distância não destrói."
 
(Rafaela Vitória, turma 1001, manhã)
 
"A tristeza vem e vai,
O amor fica e dói,
Seu abraço é apertado,
Pois é o coração que constrói."
 
(Camila de O. Marques, turma 1001, manhã)
 
"Quem ama não desiste,
Não trai, não mente.
Quem ama é paciente,
Confia, entende." 
 
(Alexsandro Mattos, turma 1001, manhã)
 
"Te amei no passado,
Te amei no presente,
Se o futuro permitir,
Te amarei eternamente."
 
(Moisés, turma 1001, manhã)
 
" Queria ser poeta,
Mas poeta não posso ser.
Porque poeta pensa muito,
E eu só penso em você."
 
(Maicon, turma 1002, manhã)
 
"Chuva que cai do céu,
Cai do alto, com sabor de mel."
 
"Lua bonita que é feita com amor,
ilumina tanto, que acaba com a dor."
 
(Raiane, turma 1002, manhã)
 
"Coração amigo,
Coração ferido,
Sem você não vivo,
Coração amigo."
 
"Amigo do coração,
Não me deixe na mão,
Por você eu perdi
Minha grande paixão."
 
(Juliana da Silva, turma 1002, manhã)
 
 
"Atirei limão pro alto,
Aparei no canivete,
Conversa de adulto,
Criança não se mete."
 
"Fui dormir na minha varanda,
Esqueci do cobertor,
Quando acordei e abri os olhos,
Consegui cuspir uma flor."
 
"Queria ser poeta,
E também ser um cigarro,
Só pra eu pensar muito
E no final morrer em seus lábios."
 
(Jean Carlos, turma 1002, manhã)
 
"A vida não me faz,
Sou eu que faço a vida,
Vou levando essa vida,
A vida levando eu vou."
 
(Luiz Felipe da Silva, turma 1002, manhã)
 
"Minha mente confronta
Com tudo que o olho vê.
Meu estômago ronca,
Mas não consigo comer."
 
"Me envolvi,
Não sei como é
Que vou resolver.
Paguei pra ver,
Vou morrer,
De tanto viver."
 
(Luiz Felipe de Andrade, turma 1002, manhã)
 
"Adoro  seu jeito de me abraçar,
Adoro seu jeito de me beijar,
Adoro seu jeito de falar,
Adoro o brilho do seu olhar."
 
(Lucas Leal, turma 1002, manhã)
 
"Eu acordo de manhã,
Pronto para estudar.
Mas a  preguiça fala mais alto,
Que não consigo levantar."
 
(Jonathan Carvalho, turma 1002, manhã)
 
"Por menores que sejam
As palavras de amor,
Não tenho muito a dizer.
Pois elas não expressam
O que eu sinto por você."
 
(Lucas Dias, turma 1002, manhã)
 
" Não peço desculpas,
Estando certo ou errado.
Posso até me arrepender,
Mas eu tinha te falado."
 
"Odeio falsidade,
Odeio traição.
Foi  falar comigo,
Vai comer na minha mão."
 
"Tá arrependido?
O problema é teu!
Mexeu comigo ?
Vou mostrar quem se f..."
 
(Kelly Angélica, turma 1002, manhã)
 
"A vida é curta demais,
Tanto que não dá pra voltar atrás.
A vida é uma só,
Tanto que acaba em pó."
 
(Raiane Pacífico, turma 1002, manhã)
 
"Não gosto de futebol,
Futebol eu odeio.
Futebol é coisa de menino,
Que faz isso no recreio."
 
"Não gosto de fazer rimas,
Rimas eu não sei fazer,
Eu só estou fazendo rimas,
Porque é minha obrigação fazer."
 
(Raissa Cristina e Jaciane Ribeiro, turma 1002, manhã)
 
"Amor é paixão,
Amore é ilusão.
Amor é saber
que eu amo você."
 
(Jéssica Larissa, turma 1002, manhã)
 
"Exemplo de traição:
Tu matastes teu irmão.
Foi preso numa prisão,
E vivestes sem perdão."
 
"A paz é pra quem tem paciência,
A vida é pra quem sabe viver,
A história cada um cria a sua,
E a vitória é pra quem sabe vencer." 
 
(Mateus Barbosa, turma 1002, manhã)
 
"Amizade é tudo,
Tudo que se precisa,
Para não cometer o absurdo,
De viver na solidão e em cinzas."
 
(Raissa Nunes, turma 1002, manhã)
 
"Tudo está trancado,
Meu coração não suportou,
Mais uma vez caí em prantos,
Mais uma vez você me magoou."
 
(Menilla e Joyce Menezes, turma 1002, manhã)
 
 
 
 
 
    
 
 
 
 

sábado, 12 de outubro de 2013


Poema e poesia

Poema é um gênero textual em versos e, mais raramente, em prosa em que a poesia, forma de expressão estética através da língua, geralmente se manifesta. Além dos versos, não obrigatoriamente, fazem parte da estrutura do poema as estrofes , a rima e a métrica.
Conforme a disposição dos versos e dos outros elementos estruturais, os poemas podem receber classificações ou nomes específicos (ou ser considerados gêneros literários próprios) tais como rapanha , haicai , poema-colagem, soneto, poema dramático, poema figurado, epopeia, etc.
Fortemente relacionado com a música, beleza e arte, o poema tem as suas raízes históricas nas letras de acompanhamento de peças musicais. Até a Idade Média, os poemas eram cantados. Só depois o texto foi separado do acompanhamento musical. Tal como na música, o ritmo tem uma grande importância.
  • Poema: gênero textual em verso em que na maioria das vezes há poesia.
  • Poesia: caráter do que emociona, toca a sensibilidade e sugere emoções por meio de uma linguagem.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Poema

 POESIA NA PROSA

“Tinha suspirado. Tinha beijado o papel devotamente. Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades. E o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido.Sentia um acréscimo de estima por si mesma! E parecia-lhe  que entrava enfim, numa existência superiormente interessante...Onde cada hora tinha seu intuito diferente, cada passo conduzia um êxtase... E a alma se cobria de um luxo radioso de sensações...”

(livro O Primo Basílio, do escritor português Eça de Queirós, capítulo VI, p. 179.)


POESIA NA PROPAGANDA


http://trocandoideiasuscs.zip.net/



http://agenciadinamic.wordpress.com/tag/poesia/



POESIA NA CANÇÃO

CIRANDA DA ROSA VERMELHA
Intérprete:Elba Ramalho
Compositor: Alceu Valença
Teu beijo doce tem sabor do mel da cana
Sou tua ama, tua escrava, teu amor
Sou tua cama, teu engenho, teu moinho
Tu és feito passarinho que se chama beija-flor
Sou tua cama, teu engenho, teu moinho
Tu és feito passarinho que se chama beija-flor
Sou rosa vermelha
Ai, meu bem querer
Beija-flor sou tua rosa
Hei de amar-te até morrer
Quando tu voas pra beijar as outras flores
Eu sinto dores, um ciúme e um calor
Que toma o peito, o meu corpo, invade a alma
Só meu beija-flor acalma tua escrava, meu senhor
Que toma o peito, o meu corpo, invade a alma
Só meu beija-flor acalma tua escrava, meu senhor

Quando tu voas pra beijar as outras flores
Eu sinto dores, um ciúme e um calor
Que toma o peito, o meu corpo, invade a alma
Só meu beija-flor acalma tua escrava, meu senhor
Que toma o peito, o meu corpo, invade a alma
Só meu beija-flor acalma tua escrava, meu senhor
Sou rosa vermelha
Ai, meu bem querer
Beija-flor sou tua rosa
Hei de amar-te até morrer
Beija-flor sou tua rosa
Hei de amar-te até morrer
Link: http://www.vagalume.com.br/elba-ramalho/ciranda-da-rosa-vermelha.html#ixzz2PRU49z5E

POESIA NO POEMA

 
URGENTE!


 
Uma
gota
de
orvalho
caiu hoje, às 8 h, do dedo anular
direito, do Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro
Seus restos
não foram
encontrados.
A polícia
não acredita
em
acidente
Suspeito:
o
vento.
Os meteorologistas,
os poetas e
os passarinhos choram inconsoláveis.
Testemunha
presenciou a queda: “Horrível!
Ela se evaporou na metade do caminho!”

CAPARELLI, Sérgio. Tigres no quintal. Kuarup, 1989.




POESIA NO CINEMA

"(...) Pessoas morrem, edifícios queimam. Mas o verdadeiro amor é para sempre."


Assim abre o climático filme que vitimou Brandon Lee. O diretor Alex Proyas (Eu, Robô) se entrega a uma verdadeira poesia gótica e de grande beleza. Na trama, Eric Draven é um músico que vive com a noiva, Shelly (Sofia Shinas). Os dois se casariam no halloween, mas seus planos foram interrompidos pelos capangas de Top Dollar (Michael Wincott), um chefão do crime que domina Detroit.

Brutalmente assassinados (Shelly é violentada) o casal sobrevive apenas nas lembranças da pequena Sarah (Rochelle Davis), uma garota esperta deixada de lado pela mãe drogada, cujo refúgio era o carinho dos dois - especialmente de Shelly.

Um ano após o incidente, é Noite do Demônio outra vez. Uma noite em que a cidade arde em chamas. Uma data criada por Top Dollar, e a tradição é incendiar prédios e casas. No cenário caótico de destruição, Eric se ergue do túmulo, e após um grito de desespero, segue guiado pela misteriosa figura do pássaro negro. Em seu antigo apartamento, o ressurrecto revive os momentos finais, a angústia e o sofrimento. Dele e de Shelly. Possesso pela fúria, Eric pinta o próprio rosto, assumindo a identidade do espírito da vingança.
http://griteoutravez.blogspot.com.br/2010/06/o-corvo-crow-eua-1994.html


 O poema que o personagem Eric Draven recita quando entra na loja de Gideon é "The Raven", de Edgar Allan Poe.Ou seja, o poema inspirou uma história em quadrinhos, The Crow, de James O'Barr, e o filme de mesmo nome.
http://medob.blogspot.com.br/2013/01/curiosidades-sobre-o-filme-o-corvo-1994.html

Leia  o poema de Edgar Allan Poe, traduzido do original inglês para o português, por Machado de Assis:

O CORVO

Em certo dia, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho,
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais".
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o colchão refletia
A sua última agonia.
Eu ansioso pelo Sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará mais.

E o rumor triste, vago, brando
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido,
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui, no peito,
Levantei-me de pronto, e "Com efeito,
(Disse), é visita amiga e retardada
"Que bate a estas horas tais.
"É visita que pede à minha porta entrada:
"Há de ser isso e nada mais".

Minh'alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo, e desta sorte
Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora,
Me desculpeis tanta demora.
"Mas como eu, precisando de descanso
"Já cochilava, e tão de manso e manso,
"Batestes, não fui logo, prestemente,
"Certificar-me que aí estais".
Disse; a porta escancar, acho a noite somente,
somente a noite, e nada mais.

Com longo olhar escruto a sombra
Que me amedronta, que me assombra.
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta;
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu, com um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.

Entro co'a alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela:
"Seguramente, há na janela
Älguma coisa que sussurra. Abramos,
"Eia, fora o temor, eia, vejamos
"A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais,
"Devolvamos a paz ao coração medroso,
"Obra do vento, e nada mais".

Abro a janela, e de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
de um lord ou de uma lady. E pronto e reto,
Movendo no ar as suas negras alas,
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta em um busto de Palas:
Trepado fica, e nada mais.

Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gosto severo, - o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas
"Vens, embora a cabeça nua tragas,
"Sem topete, não és ave medrosa,
"Dize os teus nomes senhoriais;
"Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais".

Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que eu lhe fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Coisa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta a dizer em resposta
Que este é seu nome: "Nunca mais".

No entanto, o corvo solitário
Não teve outro vocabulário.
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse,
Nenhuma outra proferiu, nenhuma.
Não chegou a mecher uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
"Tantos amigos tão leais!
"Perderei também este em regressando a aurora".
E o corvo disse: "Nunca mais!"

Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
"Que ele trouxe da convivência
"De algum mestre infeliz e acabrunhado
"Que o implacável destino há castigado
"Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
"Que dos seus cantos usuais
"Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
"Esse estribilho: "Nunca mais".

Segunda vez nesse momento
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;
E, mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera,
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais".

Assim pôsto, devaneando,
Meditando, conjeturando,
Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava.
Conjeturando fui, tranqüilo, a gosto,
Com a cabeça no macio encosto
Onde os raios da Lâmpada caíam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam
E agora não se esparzem mais.

Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso,
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível:
E eu exclamei então: "Um Deus sensível
"Manda repouso à dor que te devora
"Destas saudades imortais.
"Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora".
E o corvo disse: "Nunca mais".

"Profeta, ou o que quer que sejas!
"Ave ou demônio que negrejas!
"Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
"Onde reside o mal eterno,
"Ou simplesmente náufrago escapado
"Venhas do temporal que te há lançado
"Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
"Tem os seus lares triunfais,
"Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?"
E o corvo disse: "Nunca mais".

"Profeta, ou o que quer que sejas!
"Ave ou demônio que negrejas!
"Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
"Por esse céu que além se estende,
"Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
"Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
"No Éden celeste a virgem que ela chora
"Nestes retiros sepulcrais,
"Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!"
E o corvo disse: "Nunca mais!"

"Ave ou demônio que negrejas!
"Profeta, ou o que quer que sejas!
"Cessa, ai, cessa! (clamei, levantando-me) cessa!
"Regressando ao temporal, regressa
"À tua noite, deixa-me comigo...
"Vai-te, não fique no meu casto abrigo
"Pluma que lembre essa mentira tua.
"Tira-me ao peito essas fatais
"Garras que abrindo vão a minha dor já crua"
E o corvo disse: "Nunca mais".

E o corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!