segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O que é um miniconto ?

Miniconto, microconto ou nanoconto, é uma espécie de conto muito pequeno, produção esta que tem sido associada ao minimalismo. Embora a teoria literária ainda não reconheça o miniconto como um gênero literário à parte, fica evidente que as características do que chamamos de miniconto são diferentes das de um "conto pequeno". No miniconto muito mais importante que mostrar é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de "preencher" as elipses narrativas e entender a história por trás da história escrita.
O guatemalteco Augusto Monterroso é apontado como autor do mais famoso miniconto, escrito com apenas trinta e sete letras:

Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.

Assim como o estadunidense Ernest Hemingway é autor de outro famoso miniconto. Com apenas vinte e seis letras, mas por trás das quais há toda uma história de tragédia familiar:

Vende-se: sapatos de bebê, sem uso.

O número de letras é importante mas não rígido, normalmente sendo atribuído pelos autores ou organizadores de determinada antologia, e naturalmente divulgados na mesma. Marcelino Freire publicou em 2004 a obra Os cem menores contos do século, em que desafiou cem escritores a produzir contos com no máximo 50 letras, por exemplo.
Uma das definições de microconto estabelece o limite de 150 caracteres (contando letras, espaços e pontuação) para permitir seu envio através de mensagens SMS (torpedos) pelo celular, evidenciando uma das características do microtexto, que é sua ligação com as novas tecnologias de informação e comunicação.
No Brasil, o livro Ah,é? 1994, de Dalton Trevisan, é considerado o ponto de partida do miniconto no seu formato contemporâneo. Também se destaca João Gilberto Noll que apresenta obras voltadas para o tema.

Características do miniconto:

Concisão

Narratividade (muitos dos ditos minicontos são, na verdade, tiradas líricas)

Totalidade (um miniconto não é uma story line)

Subtexto

Ausência de descrição

Retrato de "pedaços da vida"




PINTURA MACABRA
Um olhar sobre a catástrofe chinesa
fonte: Zero Hora, 19/05/2008


O pintor estava sem inspiração. Queria pintar uma imagem abstrata, que mexesse com os sentimentos humanos. Ao abrir o jornal e deparar-se com o terremoto, rendeu-se a megalomania de Deus em superá-lo.

Por Silvio Vasconcellos

COM AÇÚCAR SEM AFETO
SEMPRE QUE COMIA OS SONHOS FEITOS PELA SOGRA TINHA TERRÍVEIS PESADELOS.
Contava os dedos das mãos a cada vez que cumprimentava o candidato.
por Silvio Vasconcellos